
Déficit orçamentário dos EUA sobe apesar de receita maior com tarifas

O déficit público americano aumentou entre outubro e junho em comparação com o mesmo período do ano anterior, apesar do aumento da receita com as tarifas alfandegárias, segundo documentos divulgados pelo Departamento do Tesouro nesta sexta-feira (11).
Nos primeiros nove meses do presente ano fiscal (iniciado em outubro passado), o déficit aumentou em US$ 64 bilhões (R$ 356,58 bilhões na cotação atual), chegando a US$ 1,4 trilhão (R$ 7,8 trilhões) contra pouco mais de US$ 1,3 trilhão em 2024 (cerca de R$ 7 trilhões na cotação da época), um aumento de 6%, segundo o Tesouro.
O aumento dos gastos, particularmente em programas de saúde para aposentados e pessoas de baixa renda, respectivamente Medicare e Medicaid, explica em parte este crescimento.
Outro fator é o aumento do custo da dívida. O governo pagou mais de 920 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 5,12 trilhões) em juros por este conceito, um recorde histórico.
Quanto às receitas, aquelas procedentes das tarifas alfandegárias passaram de US$ 61 bilhões nos três primeiros trimestres do último ano fiscal (aproximadamente R$ 339 bilhões em valores da época) para US$ 113 bilhões no mesmo período do atual ano fiscal (R$ 616,5 bilhões).
Este aumento se explica pelo forte aumento das tarifas alfandegárias aplicadas aos produtos que chegam aos Estados Unidos, que subiram de uma taxa efetiva média de 2,5% ao final de 2024 para 17,6% em 1º de julho passado, segundo dados do Laboratório de Orçamento da Universidade de Yale.
Em uma reunião de gabinete esta semana, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, considerou que as tarifas aduaneiras deveriam gerar 300 bilhões de dólares (R$ 1,67 trilhão) adicionais até o fim do ano.
Em geral, a receita federal aumentou 7%, graças à melhora da arrecadação fiscal, impulsionada em particular pelo aumento do emprego e dos salários.
No entanto, o imposto cobrado das sociedades diminuiu e as empresas preferem esperar para conhecer as condições previstas pela lei de finanças votada no começo deste mês pelo Congresso.
A.Martin--PS