
Chuvas de monção deixam mais de 160 mortos no Paquistão

As chuvas torrenciais que atingem o norte do Paquistão deixaram pelo menos 164 mortos em 24 horas, de acordo com os últimos dados oficiais divulgados nesta sexta-feira (15), o que eleva o número de óbitos para quase 500 desde o início das monções, no final de junho.
O Paquistão, o quinto país mais populoso do mundo, é um dos mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas.
Nos últimos anos, seus 255 milhões de habitantes sofreram com grandes enchentes, rompimento de lagos, de geleiras e secas, fenômenos que, segundo cientistas, se multiplicarão sob a influência das mudanças climáticas.
Na província montanhosa de Khyber-Pakhtunkhwa, na fronteira com o Afeganistão, pelo menos 150 mortes foram registradas, segundo a autoridade provincial de gestão de desastres.
"No distrito de Buner, uma dúzia de vilarejos foram severamente afetados pelas trombas d'água", informou a autoridade, relatando danos a dezenas de casas, escolas e prédios públicos.
Na mesma região, um helicóptero de resgate paquistanês caiu e os cinco tripulantes morreram, informou o ministro-chefe da província.
Outras nove pessoas morreram na Caxemira administrada pelo Paquistão, enquanto cinco morreram na região turística de Gilgit-Baltistan.
As vítimas morreram "devido ao desabamento de suas casas" ou "quando seus veículos foram atingidos por deslizamentos de terra", disse uma porta-voz à AFP.
- Monções "incomuns" -
As chuvas torrenciais que atingiram o Paquistão desde o início das monções de verão, descritas este ano como "incomuns" pelas autoridades, deixaram mais de 400 mortos, incluindo quase 100 crianças.
Em julho, a província de Punjab, lar de quase metade da população do Paquistão, registrou 73% a mais de chuvas do que no ano passado.
Durante aquele mês, a província registrou mais mortes do que em toda a temporada de monções anterior.
As autoridades alertam que as chuvas continuarão se intensificando até o final das monções de verão, em meados de setembro.
As monções fornecem de 70% a 80% da precipitação anual do sul da Ásia entre junho e setembro e são vitais para a subsistência de milhões de agricultores em uma região com uma população de cerca de 2 bilhões de habitantes.
Mas também podem causar enchentes devastadoras, como em 2022, quando chuvas torrenciais afetaram quase um terço do país e mais de 33 milhões de pessoas.
Na época, 1.700 pessoas morreram e uma parte significativa da colheita foi perdida.
I.Moreau--PS