
Presidente do Peru dobra o próprio salário em meio a impopularidade recorde

A presidente do Peru, Dina Boluarte, uma das governantes mais impopulares do mundo, dobrou o próprio salário, a um ano de deixar o poder, informou o governo nesta quarta-feira.
A presidente, 63, que é alvo de protestos devido à explosão da violência de grupos criminosos no país, passará a ganhar o equivalente a US$ 10.000, segundo decreto anunciado em entrevista coletiva.
A Presidência peruana havia negado em maio versões da imprensa de que Dina buscava aumentar sua renda. O salário presidencial estava congelado no país desde 2006.
O governo fixou a nova remuneração mensal da presidente em 35.568 soles, em vez dos 16.000 anteriores. "Estabeleceu-se uma metodologia que compara os salários em dólar dos presidentes de 12 países latino-americanos", explicou o ministro da Economia, Raúl Pérez-Reyes. Segundo ele, o salário presidencial no Peru "ocupava o 11º lugar" e superava apenas o da Bolívia.
"É o pior momento para divulgar essa notícia, devido aos níveis de aprovação próximos de zero" da presidente, disse ao canal de TV N o economista e acadêmico Jorge González Izquierdo, para quem a decisão deve causar "uma tempestade política e social".
Dina é investigada pelo Ministério Público por suspeita de ter se ausentado do cargo para se submeter a uma rinoplastia sem informar o Congresso, desrespeitando a lei. Ela também tem um processo aberto por não ter declarado relógios de luxo que usou em público.
No poder desde dezembro de 2022, a chefe de Estado tem, há mais de um ano e meio, um índice de desaprovação superior a 90%. Em maio, sua aprovação era de apenas 2%, segundo pesquisa da empresa Ipsos.
G.Perrin--PS