
Senado americano inicia debate sobre projeto orçamentário de Trump

Os senadores dos Estados Unidos debateram até a madrugada deste domingo (29) a proposta de lei orçamentária do presidente Donald Trump, um texto polêmico que pode deixar milhões de americanos sem cobertura médica.
O mandatário republicano busca consolidar seu legado com este "grande e belo" projeto de lei, como ele mesmo descreve, que visa ampliar os cortes de seu primeiro mandato e reforçar a segurança nas fronteiras. Segundo a norma, o governo deixaria de arrecadar US$ 4,5 trilhões (R$ 24,6 trilhões, na cotação atual).
Mas os republicanos, de olho nas eleições de 2026, estão divididos.
O texto deixaria milhões de americanos sem cobertura de saúde, principalmente devido aos cortes no Medicaid, e aumentaria a dívida nacional em mais de US$ 3 trilhões (R$ 16,4 trilhões).
O Senado abriu formalmente o debate sobre a proposta de lei na noite de sábado, depois que os republicanos adiaram o que deveria ter sido uma votação do procedimento, provocando a ira de Trump nas redes sociais.
A Casa adotou a moção para abrir o debate por uma margem estreita, com 51 votos a favor e 49 contra. Alguns opositores do próprio Partido Republicano queriam alterar o texto antes de votá-lo.
Trump fez pressão para que o projeto fosse aprovado para que ele pudesse assiná-lo em 4 de julho, na comemoração do Dia da Independência dos EUA.
"Esta noite, vimos uma GRANDE VITÓRIA no Senado", escreveu o magnata republicano em sua plataforma Truth Social após a votação.
"Os republicanos devem se lembrar de que estão lutando contra um grupo de pessoas muito malvadas, corruptas e, em muitos aspectos, incompetentes (politicamente falando!) que preferem ver nosso país 'pegar fogo' a fazer a coisa certa", escreveu ele em outra publicação.
Os democratas, opositores ferrenhos ao projeto de lei e à agenda de Trump, queriam ler o texto completo em voz alta antes do início do debate.
Com quase 1.000 páginas, levaria cerca de 15 horas para que o texto fosse lido em sua totalidade.
"Os republicanos não dirão aos Estados Unidos o que está no texto", disse o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, "e é por isso que os democratas estão pressionando para que ele seja lido do início ao fim".
Se for aprovado no Senado, o projeto será enviado novamente à Câmara dos Representantes para aprovação, onde os republicanos poderão enfrentar opositores em seu próprio campo.
Os republicanos estão divididos em relação aos cortes no Medicaid, o programa de assistência médica para os mais pobres, que deixaria dezenas de hospitais rurais sem recursos financeiros e cerca de 8,6 milhões de pessoas sem cuidados médicos.
O projeto de lei também reverteria muitos dos incentivos fiscais para as energias renováveis que foram implementados pelo antecessor de Trump, Joe Biden.
U.Andre--PS