
Economia da China enfrenta 'situação muito grave e complexa', diz ministro do Comércio

A economia da China enfrenta "uma situação muito grave e complexa", advertiu nesta sexta-feira (18) o ministro do Comércio, que sugeriu que o governo adotará medidas no segundo semestre para tentar superar os desafios.
O Produto Interno Bruto (PIB) do país asiático cresceu 5,2% no segundo trimestre, segundo dados oficiais publicados na terça-feira, mas vários analistas alertam que são necessárias ações para evitar uma desaceleração no segundo semestre de 2025.
As perturbações no comércio global provocadas pelas tarifas americanas ameaçam as exportações da China, cruciais para o crescimento diante da persistente fragilidade do consumo interno.
"Ainda enfrentamos uma situação muito grave e complexa. As mudanças globais são instáveis e incertas. Algumas de nossas políticas apresentarão respostas novas, alinhadas aos tempos e às circunstâncias", afirmou Wang Wentao em uma entrevista coletiva.
"Nossa caixa de ferramentas está cheia e estaremos totalmente preparados", acrescentou.
Quando questionado especificamente sobre a dependência chinesa das exportações, Wang destacou que o governo estava preparando políticas "para estimular ainda mais o desenvolvimento do consumo".
"A economia da China está melhorando e os fundamentos a longo prazo não mudaram. As características do mercado de consumo de grande potencial, forte resiliência e vitalidade não mudaram", insistiu.
"Também estamos promovendo novas formas de consumo", acrescentou. "Por exemplo, Pop Mart, esse tipo de novas tendências, novas modas e estilos (...) o fenômeno Labubu conquistou o mundo", disse.
As bonecas Labubu, do fabricante de brinquedos chinês Pop Mart, viraram um fenômeno internacional e decoram as bolsas de celebridades como Rihanna e Cher.
O ministro também abordou as tensões tarifárias com os Estados Unidos e assegurou que Washington continuará sendo um importante parceiro comercial, apesar da "tempestade".
As duas principais economias do mundo aplicaram tarifas exorbitantes recíprocas antes do anúncio, em maio, com uma trégua temporária de conclusão ainda incerta.
Wang destacou que os fortes vínculos econômicos entre os países "tornam impossível a desconexão artificial e a ruptura das cadeias de suprimento".
O ministro reconheceu, no entanto, que as disputas "afetaram e perturbaram seriamente a cooperação comercial normal entre China e Estados Unidos".
P.Roux--PS