
Juíza afastada de julgamento sobre morte de Maradona renuncia após escândalo na Argentina

A juíza argentina que havia sido afastada do julgamento sobre a morte de Diego Maradona pela filmagem clandestina de um documentário renunciou ao cargo nesta terça-feira (24), enquanto não há definição sobre o reinício do processo em um novo tribunal.
"Tenho a honra de me dirigir a você na qualidade de juíza (...) a fim de anunciar minha renúncia ao cargo", disse a magistrada Julieta Makintach em uma carta ao governador da província de Buenos Aires, divulgada por seu advogado.
Makintach enfrentava um processo de destituição por participar de um documentário clandestino sobre a morte de Maradona, no qual sete pessoas são acusadas de homicídio.
"A presente decisão se dá no contexto dos fatos de conhecimento público que geraram um profundo impacto institucional e social (...) vinculados ao desempenho de meu papel jurisdicional", afirmou Makintach em seu texto, referindo-se ao documentário, um escândalo midiático que ocupou as manchetes na imprensa argentina durante semanas.
Maradona morreu em sua casa no dia 25 de novembro de 2020, aos 60 anos, por conta de um edema pulmonar enquanto se recuperava de uma cirurgia neurológica em internação domiciliar.
Ao longo do julgamento, iniciado em março e anulado em maio, as testemunhas afirmaram que a casa para onde Maradona foi levado não tinha as condições adequadas para atendê-lo e que os cuidados que recebia da equipe médica responsável por seu tratamento foram questionados por sua família.
A pena em caso de condenação vai de oito a 25 anos de prisão.
E.Roger--PS